sábado, 7 de dezembro de 2013

Antes de andar sobre as águas, acho melhor aprender a nadar...


Saindo forçadamente de mais uma crise antissocial (chego a ser antissocial com meu próprio espelho e com meu próprio blog!) entro em uma crise existencial. Tento fugir do medo de que as coisas não deem certo outra vez.

Às vezes parece que a vida caminha a passos lentos, sendo incapaz de acompanhar o meu ritmo frenético. A verdade é que nem tudo correu como planejei, mas correu. Parte de mim andou em círculos e sinto que essa última fase de fobia social foi mais um mecanismo de auto-sabotagem. O jeito é lutar contra minha natureza e nadar contra a correnteza.  É impossível ser antissocial quando se é free lancer (afinal, nem só de concursos vivo eu). E contrariando todos os meus planos ainda resolvi me meter em mais um processo seletivo para um emprego anunciado no jornal de domingo, só pra colecionar stress, como se me faltasse.

Após 4 kg lost, abandonei a dieta, como forma de afrouxar um dos cintos apertados da minha auto-cobrança . Carreira é só o que me importa agora. Pelo menos descobri a Zumba, meu novo vício...uma boa válvula de escape.

E em meio a trabalhos avulsos de auditoria, eventos do projeto internacional, ligações da minha ex chefe me rastreando e me oferecendo trabalhos para garantir a diversão nos finais de semana, cronogramas de estudo atrasados e concursos anulados, procurei aprender a usar o pensamento positivo a meu favor numa nova empreitada. É a coisa mais difícil que já tentei fazer (como se pode ver, neste exato momento não estou conseguindo).

Procurei ler sobre a força do pensamento e formas de se manter sempre na vibração correta, mas não sei até que ponto podemos controlar esta “vibração”. Em muitos momentos da minha vida fiz as coisas caminharem a meu favor e consegui exatamente aquilo que queria e acreditava. Nesse tempo eu enxergava o inverso: achava que a minha intuição já me dizia aquilo que eu iria conquistar, e agora tento entender como esse destino poderia ser “criado” a partir de nós mesmos. Tento descobrir o que separa a auto-confiança da auto-cobrança, ou a crença da realização dos sonhos com a ansiedade por vivenciá-los (se alguém souber, me explica).

É como andar sobre as águas. E sempre tem um momento em que eu tenho medo e acabo estragando tudo. Medo, y otras cositas más... ter foco é muito complicado quando se é naturalmente ambíguo, e se quer todos os sonhos do mundo ao mesmo tempo. Quanto a isso tenho a dizer que por acreditar em mim e perseguir algo que queria muito cheguei à última fase do processo seletivo concorridíssimo da Embaixada da França, mesmo sem estudar francês há anos, mas sendo realista, admito não ter ido bem justamente na última entrevista, quando me restaram apenas 4 concorrentes.

Talvez por me distrair com o francesinho que me entrevistou, e ficar observando como seu rosto era meigo, seus dentes eram meio separados como os meus e era bonito lhe ouvir falar (maldita progesterona!), eu não me empenhei em dizer tudo o que deveria dizer em uma entrevista de emprego e gaguejei inúmeras vezes no meu francês improvisado. E pra variar ainda encasquetei na paranoia de que, ao se despedir, ele me disse “adieu”, ao invés de “au revoir”... (Não sei se isso de fato aconteceu, mas se ele disse “adieu”...significa “já era...perdeu, neguim!”).


Pode ser que eu não consiga o emprego...andar sobre as águas não é tão fácil assim, mas aí eu me pergunto: porque fui procurar um emprego tão próximo de ser convocada no concurso público? O que farei, se conseguir a vaga, e logo em seguida for convocada? Acho que isso já responde o meu mau desempenho. É minha ambiguidade mais uma vez...quem me dera poder ser, de fato, várias de mim.

Mas o que todas de mim querem em comum é chegar ao próximo ano com uma outra realidade. Ainda me restam uns 23 dias. Vou torcer para que meu mundo se vire de ponta-a-cabeça.


Pensamento do dia: Se os pernilongos matassem uns aos outros, tal como os seres humanos, teríamos noites mais tranquilas...

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Os presentes que nos damos...


Apesar de nem sempre curtir o meu próprio aniversário, eu costumava dizer que era neste dia que o ano começava. A vida me trazia presentes aos poucos, após o fim de um longo inferno astral.

Este ano o inferno baixou à minha volta, mas algo de bom certamente me aconteceria. Criei coragem e pedi demissão, embora essa parecesse uma decisão insana para muita gente. Aí teve início a "via sacra" do aviso prévio, seguida de uma semana de serviços prestados avulsos que quase me fizeram pensar em desistir.

A lógica de tudo isso foi a falta de satisfação pessoal que a vida, do jeito que estava, me proporcionava. Alguma coisa havia de mudar, e cansada de esperar as mudanças virem por si sós, resolvi fazê-las eu mesma. A necessidade me motivaria: "Ou passo em um concurso, ou passo fome...", pensei eu.

Alguma sombra e água fresca fizeram parte da didática (apesar das críticas..hehe). Consegui a 17ª posição em um concurso de apenas duas vagas que havia prestado. Não foi dessa vez, mas já valeu como vitória para alguém que há pouco tempo não acreditava em si mesma e nem sequer tinha tido um dia para estudar..estudei no final de semana da prova.

Cansada e querendo férias, prestei outro: o da empresa que eu sempre passava em frente e desejava trabalhar lá. O resultado sairia no dia do meu aniversário, e pensei que seria um ótimo presente para se ganhar.

"Mas eu não estudei..." pensei errado, e fui fazer o melhor que pudesse, ao menos tentar. E não é que ao soprar as velinhas o inacreditável aconteceu?! 6º lugar. Agora não é só aguardar sentada.. mas continuar estudando e buscando sempre o melhor. Que seja o que tiver de ser.

Já não tenho que falar de sorte, e me enganei quando pensei não ter estudado, pois estudamos a vida inteira, desde os 6 anos de idade, para um momento como este. Também me enganava quando dizia que a vida me dava presentes, pois era eu mesma quem me dava. O que me faltava era acreditar em mim, reconhecer meu potencial e nunca desistir.

Próximo passo: Bacen e TCU vêm ai. Em tempo: emagrecer. Yes, I can! E um feliz resto de aniversário pra mim..


terça-feira, 20 de agosto de 2013

Mais um "Agosto" em minha vida



Como o tempo, de fato, voa! É quase impossível administrar os acontecimentos tal como minhas roupas bagunçadas no armário. Confesso que uma certa "preguicite" tomou conta de mim por uns dias, mas logo retomei as rédeas da situação.

Meu aniversário (mais um...) se aproxima e parece que depois de muitos anos ignorando essa data até passei a gostar dela. Apesar de fazer 25 anos me remeter a uma grande seriedade e exigências internas (e externas) acerca da minha vida pessoal (do tipo: eu já deveria ter um emprego fixo, um carro próprio, independência e um noivo), estou feliz com os passos lentos que andei até aqui. Não emagreci, não ganhei na loteria, não publiquei um artigo e ninguém lê o meu blog, mas finalmente sei o que quero (ou finalmente o "como quero") da vida e como por instinto entendi o que tenho que fazer para chegar lá. Aprendi a dar valor a cada respiração e a cada noite de sono (estar sem trabalhar me trouxe isso novamente!).

Apesar de já saber (como sempre) o que ganharei de presente, alguns presentes e lições que a vida me deu não tem preço: nos últimos dias eu quaaase passei num concurso público (apenas 5 pontos impediram minha possível convocação), rejeitei um emprego que me pagaria o dobro do que eu ganhava antes e percebi que todo o stress "foi-se" com a realização do meu antigo insistente desejo de dormir umas tardes na rede, além de voltar a fotografar.

Não importa se algumas metas idealizadas não foram cumpridas. O mais importante é poder assumir que se está onde queria. Que se mudou pra melhor, e que se voltasse atrás, faria tudo novamente.

terça-feira, 9 de julho de 2013

A "cerejinha" de brinde em cada dia





Um dia é perfeito quando decidimos que ele será escrito por nós. Isso é totalmente impossível se enxergarmos o óbvio de que nosso mundo se relaciona constantemente com os milhares de mundos de outras pessoas e os fatos movidos por força maior jamais podem ser previstos ou adiados.

Mas tem sempre um jeito de interpretar os fatos alheios às nossas escolhas, de colocar uma cerejinha no bolo, uma trilha sonora na rotina ou simplesmente jogar fora aquelas opiniões dispensáveis.

Eu aprendi a fazer isso na infância, quando, - confesso, não sei como aguentei anos tão chatos - a minha vida era distração, música (ainda que imaginária), piadas (ainda que internas), céu, pássaros, balões e doces (sem me preocupar com as cáries e as malditas calorias). É o lado bom que as coisas têm, e que tornam os dias capítulos diferentes de uma mesma história.


Meus dias não têm mais sido sempre iguais..isso às vezes confunde minhas idéias e tenho tido algumas atitudes imprevisíveis e sem explicação. "É sempre bom mudar"...até mesmo mudar um móvel de lugar.

E hoje, após pagar um absurdo na inscrição do concurso dos sonhos, comprar presentes de aniversário na pechincha, receber  um pedido de "des"demissão (chefe tentando me dissuadir da minha decisão), ajudar o gatinho do software de auditoria a resolver um problema com um plano de contas que eu nem irei utilizar e cumprir a meta do "myfitness pal", concluo que o meu dia não teve bolo, mas ganhei a cerejinha.


E nesse meio tempo o Brasil explodiu em manifestações (pouco resultou, mas algo mudou...mudou?), comprou a Copa das Confederações (pelo menos foi divertido), Brasília entrou no inverno "de com força", eu aprendi a me valorizar e continuo com vontade de voar...vamos?

quinta-feira, 27 de junho de 2013

Acabe com a Síndrome de Monique Evans



Em uns minutos de ócio que o dia me proporcionou eu estava lendo algumas importantíssimas notícias sobre famosos (rs..) e me chamou atenção o post da Monique Evans no twitter. Ela dizia: "Feia, velha e gorda.", embaixo de uma foto meio "tentando-ser-sensual".

É aquela velha arma da autoestima soterrada esperando frases de consolo alheio para se sentir bem...quando esperamos um: "você não é gorda", "você está bonita", e até outras qualidades que a gente nem imagina que tem, em comentários alheios, por sermos incapazes de dar a nós mesmos o elogio e acreditar nele.

Sabendo da falsidade alheia é até pior quando as pessoas me elogiam...bando de falsos! (hahaha), mas já passei dessa fase com muito esforço e dedicação. Quando alguém vem com auto depreciação perto de mim tenho vontade de concordar (não faço isso graças aos bons modos!) pois no fundo tem razão. Todo mundo tem defeitos e qualidades, pode-se melhorar ou piorar..e há fatos que devem ser reconhecidos pois são inevitáveis: o tempo passa para todos; quando você está gordo (a), suas roupas dirão...e feiura é uma questão de opinião.

Dizer que sou gorda só pra ouvir ou outros dizerem o contrário é pura ilusão! Prefiro eu mesma dizer que sou gordinha e linda...que posso ficar mais linda, e vou. Sentir que o fato de estar saindo do emprego não me torna uma futura desempregada pois tenho um excelente currículo, conhecimento e força de vontade. Alguém há de reconhecer, em algum lugar. Quem não reconhecer, tudo bem: viro as costas e continuo me valorizando.

É melhor não ter twitter. Não querer saber da voz alheia..e acordar dizendo que mereço o melhor.

I'm ready to go...everywhere.

terça-feira, 25 de junho de 2013

De mudança...de planos

O desejo por mudanças que paira no ar tem me afetado substancialmente. O "pensamento do dia" de hoje é a frase que não me sai da cabeça: "há coisas novas que só podem chegar até nós se retirarmos as coisas velhas do caminho..". É isso aí, doa quem doer.

Venho aprendendo que uma importante etapa da auto confiança é não se prender aos galhos frágeis que muitas vezes nos dão "segurança". É se arriscar, deixar para trás o que não te faz bem, ainda que a decisão seja dolorosa e a acomodação seja o atalho mais próximo.

Chegou a hora de me mexer. Dar um passo à frente, ainda que isso pareça um retrocesso. Já deixei pra lá os medos, os tantos "o que farei?", "não haverá mais nada pra mim" e os "não posso". É hora de me atirar. Enfrentar o velho medo do desemprego e buscar algo que de novo que faça sentido na minha vida. Novos ares, começando pelo nada. Pelo meu próprio rumo, com o mundo inteiro em minha bolsa, como de costume.

Dar um tempo na carreira me parecia algo assustador, mas correr atrás dos meus sonhos sempre me foi uma tentação. Aquela etapa já foi concluída. O que será de mim agora? Ah, isso são cenas dos próximos capítulos! O importante é sair do lugar e enfrentar os medos. Na bagagem boas lembranças e experiências que me valeram.

Acomodação: Você está demitida!

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Great hair day: Será apenas um ponto de vista?

Acho que todo mundo adora ter um "Great Hair Day", principalmente quando cai numa sexta-feira!


É aquele dia em que seu cabelo está de bom humor, você se sente na propaganda do shampoo, anda se sentindo "leve" pelas ruas e os estranhos te cumprimentam, você para o trânsito (mesmo estando na faixa de pedestres), percebe homens torcendo o pescoço pra te ver passar, senhoras te ajudam a atravessar a rua (!), os vendedores são simpáticos e ágeis e o cartão não está fora do ar.

Hoje estou vivendo um dia desses. É um raro fenômeno astral, colocaram drogas na minha água ou é simplesmente o dia do pagamento. E tanta alegria não me fez gastar demais...muito pelo contrário, me sinto satisfeita. Chego a passar na frente da loja "Ritual de Beleza" e pensar: "não preciso, meu bem. Eu já sou linda.".

Talvez, ao invés de pensar que há algo de errado comigo, posso concluir que finalmente "há algo certo". Quem sabe todos os "bad hair days" também sejam simplesmente coisa de "ponto de vista". Em outros dias, ao ver um homem olhando pra mim eu penso "tô cagada ou minha calça rasgou".

Acho que o mundo é um espelho que reflete como a gente o vê. É fato. Acontece mesmo. E mesmo que nada de extraordinário aconteça, podemos ter dias incríveis.

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Manual do "pé na bunda"

Há certos momentos na vida em que todo mundo precisa ser "sacudido" e "acordar pra vida", o que nunca acontece a tempo, pois se a gente mesmo não se "sacudir", não há quem possa nos despertar.


É muito fácil identificar quem levou um "pé na bunda" (e não tem autoestima) mesmo sem conhecer a pessoa direito. Eu chego a sentir vergonha alheia e uma grande vontade de "sacudir" a pessoa (e quando essa pessoa sou eu, então...aiaiai). Orgulhosa como sou, eu gostaria de poder "voltar no tempo" e me acorrentar, longe de qualquer meio de comunicação, e me sedar até que a vontade de fazer coisas estúpidas passasse.

Eu só precisava de um banho de água fria que me fizesse acordar e parar o que estava fazendo imediatamente. Isso me inspirou a criar um manual do "pé na bunda" para alguma alma sofredora que por acaso vier a cair por engano neste endereço, ou até mesmo pra mim, se isso acontecer outra vez:

1 - Não tente difamar o/a ex ou ficar com aquele discurso de "ele (a) não presta...". Ele não presta pra você. Você pode admitir o quanto ele (a) é uma ótima pessoa (se o for), e aprender a separar as coisas.

2 - Não fique postando no Facebook aqueles textos de homem / mulher resolvido (a) sentimentalmente, do tipo: "(...) não te quero mais." ou "De agora em diante, vida nova...", "Estou feliz...". É ridículo. Principalmente quando no fundo tudo o que você quer é aquela pessoa de volta, e na primeira ligação dele(a) você volta correndo. Perde a credibilidade.

3 - Falar de amor próprio nessas horas, só se for verdadeiro. Você não engana ninguém, todo mundo (inclusive vc) percebe que está arrasado(a).

4 - Cuidado com o excesso de "Hoje é sexta-feira!!!" e fotos de baladas...isso prejudica sua imagem. Caia na real. Ele (a) não se importa se você está se divertindo, enchendo a cara, dando pra todo mundo, etc. Ele (a) nem vai ver a foto.

5 - Não ligue. Diga o que tem que dizer enquanto tem oportunidade pra isso. Se foi você que errou, tente pedir perdão com sinceridade, e se não tiver sucesso, não...não insista.

6 - Não fique dando indiretas em Facebooks, microblogs e afins... ninguém tem nada a ver com a sua dor de cotovelo.

7 - Seja você mesmo, sempre. Não adianta se reprimir no namoro e depois do "fora", querer "voltar a ser você"...Ainda bem que acabou, heim!?

8 - Não expresse sua dor pra todo mundo, mas chore quando for preciso. Converse sobre o assunto com quem estiver disposto a te ajudar. Respire fundo. Não há dor que dure pra sempre.

9 - Se não se sente bem, não precisa se forçar a sair, beber ou arrumar novos parceiros. Respeite o luto. Se respeite...descanse, retome sua consciência, e aí sim...vida nova!

10 - Dê um tempo pra você. Guarde as fotos, os presentes (se tiver), os e-mails e todas as lembranças em uma caixinha proibida..só pra não ficar olhando. Um dia isso não vai significar muita coisa pra você.

11 - Sempre que se lembrar da pessoa e começar a sentir falta de seus atributos e qualidades...mude de assunto com sua própria consciência e pense em você...o que tem de bom, do que se agrada em si mesmo (a). Por exemplo, hoje eu estava andando na rua e escutei umas mulheres falando como gostam que os homens se vistam. Comecei a lembrar do cara que me deu um fora, como ele se vestia bem...e aí eu mudei de assunto comigo mesma e comecei a pensar em como eu gosto do meu estilo , do meu cabelo, dos meus olhos e da roupa que eu estava vestindo. Ufa! Exorcizou.

12 - Não cometa exageros: não coma demais, não beba demais, não compre demais. Isso vai abalar sua autoestima mais ainda no futuro. Se controle.

13 - Evite cometer os mesmos erros com os outros e consigo mesmo (a). Procure se amar antes de amar outra pessoa.

14 - Arrumar outro (a) pra colocar no lugar? Nunca. Dignidade, por favor. O novo (a) namorado (a) não merece...

15 - Já passou mais de 3 meses e você ainda está na fossa? Por favor, procure ajuda. O problema não está na rejeição, e sim em você.

16 - Encare tudo como aprendizado. Não se pergunte "por que", e sim "para que". Você vai se aprimorar, vai crescer, vai mudar.


A verdade pode doer, mas é só ela que cura. Infelizmente, às vezes, teimamos em aceitá-la. Espero ter aprendido alguma coisa, e poder um dia ensinar algo a alguém.

terça-feira, 21 de maio de 2013

Para onde vão os desejos?

Sempre (até hoje) achei que seria maravilhoso encontrar um gênio da lâmpada. Ele me traria apenas o dilema de "o que pedir" em meio a tantos bilhões de desejos que pairavam em minha mente.


Em alguns momentos da minha vida parecia que este gênio de fato existia, escondido em alguma estrela ou em minha própria mente, devido àquelas coisas, que de tanto eu desejar e acreditar que aconteceriam, um belo dia aconteciam (com o mesmo cenário e trilha sonora projetados).

Em outros momentos, achei melhor me acalmar, esquecer o objeto de desejo e respirar fundo, como uma forma de atrair as coisas boas, juntamente com o que eu desejava: eu vejo a vida como uma água profunda e cheia de ondas, onde os desejos, leves, boiam em sua superfície, se afastando de mim a cada movimento brusco que eu faça em direção a eles.

Isso tudo me trouxe uma contradição absurda (um nó nas minhas idéias).

Dizem os budistas que o desejo é a raiz do sofrimento, tanto se obtido (manter o objeto do desejo) quanto não obtido (frustração). É muito fácil identificar uma pessoa em sofrimento, principalmente aquele "sofrimento enrustido", pelo consumo elevado de bens materiais, alimentos ou drogas. Neste sentido relaciono o sofrimento ao desejo desenfreado, e o consumo excessivo a um desejo frustrado (como quando a gente quer comer camarão e não tem grana, e acaba mascarando o desejo com miojo e nugget de frango - aff...exemplo pessoal). E de sofredor, todo mundo tem um pouco.

Por outro lado, será que é possível viver sem desejar? É possível alguém chegar a algum lugar sem metas ou brindes? Temos nosso lado animal que sempre procura recompensa naquilo que faz, e o faz, pensando na recompensa. Será que eu trabalharia pela simples sensação de dever cumprido ou senso de utilidade (e olha que estou quase assim!)?

Tenho uma colega que deseja se casar. Não um desejo normal, de todo ser humano, de ter companhia, ou aquele desejo que nos sugerem na infância com as histórias de contos de fadas (viver feliz para sempre, etc..), mas parece uma verdadeira ideia fixa: ela passava horas olhando fotos de festas de casamento, decorações, modelos de vestidos e lembranças, ia a desfile de noivas e tudo, quando nem sequer tinha noivo. Eu não sei se ela foi sempre assim ou essa mania começou após o fim de seu primeiro noivado. Eu fico pensando se esse desejo excessivo não chega a ser favorável à sua realização, considerando que ela está no segundo noivado e eu que "não desejei" não arrumo nem namorado (olha a inveja, dona Jessica)! - Isso me leva a uma terceira teoria: A zica. Quando muita gente sabe do que desejamos, elas "furam" nossos pneus (foi assim que "zicaram" minha viagem de férias).

Eu conheci uma forma saudável de desejo quando passei na UnB, e depois, quando passei no processo seletivo da pós. Além de estudar corretamente eu acreditava na minha aprovação como acreditamos que o sol vai nascer amanhã. Isso não me deixava agitada ou ansiosa, apenas me conduzia a fazer o que fosse preciso pra chegar lá.

Talvez eu ainda não tenha sido aprovada em um concurso público por não ter uma meta definida...e com toda a certeza do mundo, estou sem namorado por, no fundo, ter medo de amarrar a égua. Nunca curti namorar por passatempo, e como, chegando aos 25 as coisas ficam mais sérias, namoro indica casamento...e aí vem o pavor!

Ainda vou procurar ajuda pra encontrar esse equilíbrio. Esse desejo sem sofrimento. Espero não sofrer pela riqueza que ainda não veio, pela Europa que ainda não conheci, pela viagem de férias para Florianópolis que vai ficar pro futuro.

Cumprir as metas tem sido saudável..e a prática do não-desejo, também. Hoje venci a tentação de comprar uma caixa de chocolates e troquei esse desejo por uma lata de leite desnatado. Parabéns pra mim.
 

terça-feira, 14 de maio de 2013

Quem canta / dança / toca (ou simplesmente aprecia...) seus males espanta!

Quando eu estava muito deprimida eu costumava escutar Adriana Calcanhoto (isso mesmo!). É que é tão deprimente que eu passava a me sentir bem, ao me comparar com a pobre criatura que compôs a música. Certa vez, isso não funcionou...e eu comecei a chorar em público (aff..).

Tem horas que é melhor desligar o MP3. Mas quando dá vontade de reagir, sorrir e se sentir melhor, não tem melhor remédio que a música, na minha opinião. Escuto sem dúvida estas três:

1 - Pra exorcizar qualquer fantasma, mágoa ou ressentimento:

Shake it out - Florence + The machine



2 - Pra cantar e sorrir, instantaneamente (canto até dormindo - é sério.)

Sunshine - Matt Costa



3 - Uma das bandas mais elevadoras de autoestima que conheço é o Natiruts... selecionei esta, que me faz, com certeza, esquecer os problemas:

Som de Bob - Natiruts

 
 

Afinal de contas, a paz é a raiz de tudo. A cura pra todos os males. Quando se busca a paz, não há dor que resista. Enjoy the music...

segunda-feira, 13 de maio de 2013

A vida tem suas estações

Acho que todo mundo tem daquelas "fases" em que se costuma dizer que se está numa "maré de azar", ou talvez aqueles momentos em que "tudo vai incrivelmente bem", como quando ouvi uma amiga dizer que o ano de 2011 estava sendo maravilhoso, que todas as coisas estavam "acontecendo" na vida dela... como de fato aconteceram: ela passou num bom concurso público, se formou, entrou na pós graduação e ainda trocou de namorado. Da mesma forma já vi gente reclamando de diversas coisas ruins se sucedendo (de até pensar em suicídio), ou de uma série de perdas (como as que eu vivi entre o final de 2010 e a metade de 2011), que chegam a ser desestimulantes, ou muito estimulantes (!) para quem acredita que não há mal que dure eternamente e percebe que as perdas indicam mudanças, trocas, renovações.

Isso é só a vida seguindo seu curso, como tudo na natureza: insetos que trocam de casco, cobras que abandonam suas peles, plantas que murcham, rebrotam e florescem, vulcões que destroem tudo ao redor para produzir pedras preciosas ou simplesmente, as estações do ano.


Tudo é mudança, e nem sempre isso deixa de ser doloroso. Devemos aprender a lidar com as perdas e os ganhos, sem, simplesmente, "ficar de papo pro ar" e deixar a vida nos levar, lembrando que também somos agentes da natureza e do nosso destino.

Recentemente eu (quase) pensei em desistir de tudo, não em decorrência das perdas, mas da falta de movimento na minha vida. De tanto esperar que as penas novas surgissem ou a primavera que não chegava, pensei estar mesmo condenada ao sofrimento. O que demorou pra eu entender é que esta "mudança" nunca vem por si só.

Existem perdas que não podemos evitar, mas os ganhos, dependem de nós. E a cada vez que uma unha se quebra, um fio de cabelo é arrancado, que uma folha cai, ou que a "pele da cobra" descama, um esforço é demandado para a sua reconstrução, que pode (sim!) ser um aprimoramento, uma evolução.



E de que servem peles mortas, folhas secas, coisas que (boas ou ruins) já se foram? Elas devem ficar no chão, aguardando o momento em que a terra as transformará motivadores para as coisas novas que virão. E seja na primavera, outono ou inverno de nossas vidas, sempre há o que se fazer para que a transformação seja diária, para que as metas sejam renovadas, os medos sejam vencidos, os amores sejam mais intensos e que se tenha mais sabedoria que na estação passada, tenha ela sido de ganhos ou perdas.


E apesar das grandes bobagens que dizemos quando estamos no fundo do poço ("nunca vai dar certo", "não tem jeito", "nunca mais vou amar novamente" - essa última eu disse inúmeras vezes), o tempo é inevitável, e as transformações...são da (nossa) natureza. Cabe a nós decidir se elas serão positivas (evolução) ou se tudo vai terminar na grande atrofia mental do "não tem jeito".

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Distração é importante


 Eu sempre disse que se perder era uma forma de se encontrar...isso levo pra minha vida em todos os sentidos.

Quando, literalmente, estamos perdidos, provamos nossa inteligência e capacidade de encontrar o caminho. Isso acontece quando, na crise, vemos a oportunidade, ou quando deixamos de nos importar com os problemas existenciais ou as coisas que julgamos "importantes" e simplesmente nos jogamos na distração.

Estar distraído é a melhor maneira de encontrar coisas legais e úteis para a vida. É um jeito de esquecer o que se procura para descobrir que aquilo estava bem debaixo do seu nariz. E se alguma coisa ruim acontecer? Que bom, você nem viu!

Não que se deva ser irresponsável ou deixar de enxergar a realidade. Mas tem um momento em que, de tão focados em uma situação ou na resolução de um problema há muito tempo, não se consegue mais nada além de dor de cabeça. Aí o jeito é relaxar e sair por aí, sem ver a "Felicidade" como obrigação, ou como algo que se tenha um modelo a seguir.

Hoje estou sorrindo para o "buraco" financeiro, pro meu coração recém colado com super bonder e para as questões familiares. É uma mistura de massagem capilar + ler um ótimo livro + escutando Beirut + malhar + pizza de margherita. Tudo junto e misturado...

Distrair faz parte. E a gente chega lá!


Status de hoje: Com a terrível dúvida sobre o que me faria mais feliz neste momento: um violão ou um modem 3G para tablet android.

terça-feira, 7 de maio de 2013

O Everest de cada um

De uns tempos pra cá passei a abominar a rotina e enxergar os dias normais como um precioso tempo indo pelo esgoto, uma missão de vida sem rumo. Andei sentindo falta de algo que me desafiasse e mudasse completamente o sentido da minha vida (mesmo sem enxergar sentido na vida) e passava um bom tempo sonhando com algum desafio extraodinário que me deixaria apenas duas alternativas: vencer ou morrer, me dando a chance de realizar sonhos.

Talvez eu gostaria de sair numa jornada, me perder em lugares descohecidos, atravessar o oceano num barco a vela, ou cair em uma ilha no meio do pacífico com um monte de gringos, entre mortos e feridos, como uma forma de encontrar um grande sentido na minha vida e esquecer tudo o que não é importante, me tornar uma pessoa melhor, como uma borboleta recém saída do casulo.

(What??)
O Everest não me saiu da cabeça por uns dias. Não sou alpinista (pratiquei escalada apenas algumas vezes na adolescência) e sabia que isso nunca faria parte da minha realidade (pirei de vez...antes queria sair viajando sem rumo e agora a meta era escalar o Everest!).



Só que não.. eu não queria largar tudo e me tornar atleta pra arriscar minha vida no gelo sem um tostão furado. Eu só estava procurando o meu Everest. Hoje me veio à cabeça que cada um tem o seu. O Everest são todos os nossos dias, rotineiros ou não. Cada desafio requer uma "aclimatação" e uma trilha, tal como este grande desafio dos alpinistas (falando nisso, temos alpinistas brasileiros em uma missão do Everest neste momento).

O Everest pode ser um trabalho de auditoria. Eu posso ter minha equipe e aprender a lidar com ela, e assim conhecer o verdadeiro valor das amizades. Ele pode estar no meu rumo, que trilho dia após dia. Nas minhas metas, que diferentemente do Everest, podem ser ainda maiores que ele, pois não há limites para os sonhos. E posso, ainda, quebrar a rotina e ver lindas paisagens, conhecer novas culturas ainda que eu não saia da cidade...

É. Foi só isso que o dia de hoje me ensinou, e essa idéia fixa finalmente foi esclarecida, como algo que para muitos é óbvio, mas que pra mim demandou aprendizado e a reflexão de uma mente dispersa no meio de uma reunião.

Até o próximo Everest.

E pra fechar a noite, uma foto gigapixel do Everest que eu amo:
http://www.extremos.com.br/noticias/121219_foto_gigapixel_do_everest_de_david_breashears/

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Vigiando a Auto-Estima



Aos poucos vivencio a tendência intrínseca do ser humano em deixar pra depois o que se poderia fazer agora e de ficar sempre na mesma condição, como uma zona de "conforto", não do ócio, mas da procrastinação.

Deste modo me tornei sedentária (apesar de adorar atividade física), abandonei todas as tentativas de fazer dieta antes de completar 15 dias e nunca consegui passar em um concurso público (por, de fato, nunca saber qual era a minha meta). Percebi que antes mesmo de receber um pagamento de hora extra ou reajuste salarial, todos começamos, inconscientemente, a planejar novas despesas. E quando me sobra tempo por não fazer horas extras, dou um jeito de desperdiçar meu tempo e manter o quarto bagunçado, as unhas por fazer e os estudos atrasados. É a zona de conforto, que também chamo de preguiça.

Talvez por ter sido responsável demais durante muitos anos da minha vida (ter sido uma criança que  se levantava sozinha, fazia o próprio café da manhã, fazer as lições de casa sem ninguém mandar, sempre passar de ano e entrar na Unb sem que meus pais tenham me puxado as orelhas ou me posto num cursinho), depois de uns anos eu tenha resolvido inverter as coisas e deixar tantas coisas importantes de lado (todo mundo precisa relaxar um dia). Ou quem sabe eu tenha errado no nível de auto exigência, e em determinado momento eu tenha me "reprovado" e desistido de mim.

Mas esse processo de auto-sabotagem é comum em todo mundo..e devido a tanta preguiça resolvi procurar ajuda nas ideias e experiências alheias: talvez uma mente iluminada me ajude.

Há algum tempo passei a acompanhar o blog "Vigilantes da Auto-Estima", de uma escritora muito simpática, que atualmente relata uma viagem pela Europa (um grande sonho que tenho), mas que no passado viveu uma situação muito semelhante, e após sucessivas perdas decidiu virar a página e (literalmente) vigiar sua autoestima durante um ano.

As coisas que li (e olha que tenho preguiça de ler!) me fizeram refletir se é mesmo possível alguém "vigiar" sua autoestima, como uma coisa feita "de fora pra dentro". Acredito que sim, considerando que cultivar o amor próprio é cuidar de algo que já possuímos e que só não estávamos alimentando. Isso passa pela eliminação total da auto-sabotagem e da procrastinação.

É possível reverter o processo e "arrumar" a casa. Priorizar o que é realmente importante, deixar de me "mimar" (o que só me tem estragado) e passar a me amar, ainda que a verdade machuque. Perceber o prazer em sacrificar horas de descanso por estudos e auto conhecimento, em trocar uma refeição desnecessária por uma caminhada e uma paixão fulminante pelo amor próprio, tão natural e divino.

Sinto que já comecei... virando páginas, limpando tapetes, respirando fundo. Esse blog vai me servir pra relatar se é possível ou não a Jessica vigiar a própria autoestima e se ligar em tantas coisas sem perder o foco. E lá vamos nós...
 

quinta-feira, 18 de abril de 2013

A sociedade através do Facebook: Do lado de fora da Matrix

De um jeito ou de outro, todo mundo um dia caiu nele. Alguns por adorarem se auto-afirmar na rede com milhões de fotos, check-ins e posts sem noção, outros, como era o meu caso, simplesmente manter o contato com os velhos amigos. Sem querer, ou querendo, suas vidas são registradas em "linhas do tempo", e tudo se torna de maneira até desagradável, transparente...seja sua vida ou a falta dela.

Já faz dois meses que me libertei da Matrix...como era de se esperar, eu brinquei demais, bati papo demais, fucei a vida alheia até cansar, e de repente me vi com uma "segunda vida" que eu não queria mais, a vida que eu não exibia, as fotos que eu não postava, os poucos amigos que eu mantinha por não aceitar falsidade virtual, as velhas piadas manjadas de cada dia e aqueles caras que descobriram no facebook um jeito mais fácil de arrumar periguetes e saídas rápidas com quem eu insistia em manter a educação...Era só mudarem o status pra solteiro e começava a amolação.

Falando nisso, nesse tempo descobri no face uma excelente ferramenta de analisar (ou rotular) pessoas para relacionamentos. Era bem simples: se a pessoa tinha mais de 500 amigos significava que ou ela era de fato popular ou era um "forçante que se acha e adiciona todo mundo" (haha), as periguetes poderiam ser facilmente identificadas por suas fotos de perfil, e principalmente se o álbum era composto por 80% de fotos em baladas e os 20% restantes de fotos de biquini ou self shots. Verifiquei também que a maioria delas  (inclusive as que eram minhas amigas - que eu nunca falei que acho que elas são piriguetes) costumavam postar frases românticas de desilusão amorosa, o que parecia uma verdadeira contradição.

Quanto aos homens o facebook deixava ainda mais evidente o comportamento "cachorrão" ou "retardatário", do tipo, fotos bêbados em baladas e em churrascos mostrando os músculos. E a quantidade de amigos já me dava uma idéia (até preconceituosa) de seu comportamento sexual e afetivo. Até hoje ainda me pego dizendo essas coisas: "Amiga, ele tem 800 amigos no face, sendo 80% mulheres...olha só onde você quer amarrar o seu burrinho!", ou então: "Que cara esquisito, não põe nada sobre a vida dele...deve ser casado."

Dizem que tem empresas que consultam os perfis de candidatos no facebook como parte do processo de seleção..Imagina só quanta gente não teria emprego se isso fosse verdade!

Ele coleta seus interesses, percursos e alterações de humor. Chega um momento em que parece o Facebook conhece mais você do que você mesmo! Ou talvez ele esteja redondamente errado...servindo apenas como aliado dos "preconceitos", ou do distanciamento entre as pessoas, ainda que ele tenha sido criado com a finalidade de uní-las, como era o caso dos convites que eu só recebia lá, na última hora e acabava perdendo o programa porque chegava em casa tarde demais para abrir o "face", já que eu me recusava a colocar no celular e ninguém se dava o trabalho de me ligar..(rs)

Eu já não dava atenção àquela segunda vida, que eu tentava esconder ao máximo, até mesmo dos próprios parentes e colegas de trabalho. E por um momento senti que ele exigia demais de mim, mais do que eu mesma, e resolvi terminar. A grande vantagem do mundo virtual é que cometer suicídio é sempre uma alternatva viável e reversível.

Sempre que penso em voltar me lembro do grande alívio que senti quando tirei aquele peso das minhas costas (mais ou menos o que senti quando saí do orkut). Pensei: "Agora, menina, levanta e vai viver! Esquece a vida dos outros e viva a sua sem medo de ter que esconder!" (E até hoje me lembro desse alívio com relação a outras coisas na minha vida real, das quais tive que sair).

E se o Google pode me monitorar através deste blog, dos meus e-mails e histórico da web, isso é entre eu e ele. Sou eu, livre das curtidas ou reprovações alheias.

terça-feira, 16 de abril de 2013

Mais um círculo



Tenho me sentido como se em minha vida inteira eu andasse em círculos... gastando muitas reflexões em auto-conhecimento pra no fim das contas mudar completamente de personalidade, construir pouco a pouco a minha felicidade como um castelinho de cartas que certamente algo ou alguém virá estragar em seguida.

Talvez a vida se trate mesmo de círculos, que não necessariamente têm que ser percorridos em uma mesma direção, e os raios de sol após as tempestades possam sempre me trazer mensagens diferentes, como um modo de me ensinar a mesma lição que teimo em não aprender.

Talvez este mundo seja o nosso purgatório, a nossa ilha, do qual só seremos redimidos se vercermos nossas fraquezas, aquelas falhas entranhadas em nossa personalidade desde o nosso nascimento...e acho que chegou a hora de enfrentar as minhas, antes tarde, do que nunca.

Hoje eu me enxerguei...sem os ideais das minhas próprias histórias, sem o som da música e as coisas que tive que deixar pra trás. Tentei me conhecer, me reencontrar, e me vi debaixo de todos os preconceitos que eu tinha de mim mesma. Sou uma boa companhia, até...essa terapia de solidão tem me feito bem.

Sei que as dores são reais, mas elas moram dentro de nós, sejam grandes ou pequenas. Qualquer coisa que nos aconteça pode significar uma grande perda ou uma importante lição, que cedo ou tarde, se aprende. Acho que a vida seria mesmo sem graça se não houvesse decepções. Os círculos seriam sempre os mesmos, até que se perdessem as emoções.

Perdi o medo do escuro, e finalmente, o medo de mim mesma. Vou seguir aqueles sonhos, os que nunca deixaram de ser meus. Registrarei cada alegria, e cada descoberta...nem que isso me sirva apenas de boas risadas no futuro, na companhia de quem nunca irá faltar, que é minha própria consciência em constante mutação.

Gostaria de estar escrevendo coisas mais engraçadas e menos reflexivas. Mas este é mais um momento que tenho que registrar. Um dia de sol.

terça-feira, 9 de abril de 2013

Dog days are over

A felicidade é realmente subjetiva...e eu poderia dizer que ela é só uma questão de opinião. Eu nunca soube se ela seria um estado permanente ou algo passageiro, por nunca ter tido nada permanente em minha vida, nem mesmo o "eu".

Entre tantos papéis e máscaras, a felicidade se confunde com o estado de alegria ou com um certo egoísmo de se enxergar apenas o que se quer ver. Mas sempre a associo à minha felicidade dos tempos de infância, quando de nada importava o que acontecia à minha volta ou se algum capricho meu era negado. Quando os momentos mais felizes se resumiam a me perder sozinha no mato ou ouvir música no quarto enquanto desenhava, brincava e escrevia sozinha, sem me importar com a situação do país, com a cor das paredes ou mesmo com o meu futuro.

Ela depende, não somente do que sabemos acerca da vida, mas de como a encaramos. Pra que direção olhamos, de um modo que não podemos controlar voluntariamente (ou talvez sim). Ora uma escolha, ora um destino. Uma má notícia pode mudar nosso dia, mas não nossa eternidade.

E como eu já dizia, não importa o que aconteça, o mundo nunca pára, e da mesma maneira, mesmo que nada mude ao meu redor, algo dentro de mim pode se transformar. A vida pode, às vezes, me dar óculos para que eu enxergue outras cores, ou me ensurdecer para os problemas e preocupações que inutilmente me afligiam. E é nesses momentos que eu digo que a chuva passou.

Seja porque a vida me levou algo que eu nunca tive ou alguma coisa que me importava ficou pra trás, já não importa. Retomo minha vida, mesmo um pouco atrasada, pra tentar vencer mais um dia, sem perder o azul do céu, as histórias alheias, as belezas e as estrelas. Rumo ao próximo nível, enxergar o que há do outro lado, mais uma vez.

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Um adeus atrasado.

Em meio a tantas contradições da vida, há sempre aqueles fatos que mudarão para sempre as nossas atitudes, nossa forma de encarar as situações...e que deixam marcas eternas.

Não há nada que eu possa fazer agora, e isso é o que me atormenta, me incomoda...essas lembranças sempre me vêm à tona. Tudo passa diante dos meus olhos, como se quem tivesse partido dessa pra outra fosse eu. Talvez ele já nem se lembre de mim, mas eu sempre me lembrarei dele. Entre tantas histórias que vivemos, essa ao menos deve me servir de lição.

Agora ele se foi. Demorou um certo tempo pra cair a ficha...me lembrei de quando eu dizia que desejava que ele morresse, mas era mentira, bobagem, palavras ao vento. Acordei no meio da noite pensando nele, que andava esquecido...antes essas recordações me causavam apenas um certo temor ou rancor, e agora me pego refletindo sobre as bobagens com que desperdiçamos a vida.

Admito que até me causará um certo alívio caminhar por nosso percurso habitual sem a remota chance de lhe encontrar pelo caminho. Isso é a minha covardia que me trouxe até aqui sem querer encarar, acertar o que ficou errado, dizer o que tinha que ser dito. O alívio não supera a dor de nunca mais escutar sua voz, de ver seu rosto, ainda que me causasse desconforto sua expressão embriagada e suas más companhias, as que ele escolhera.

Nem sempre a morte leva alguém que amamos..ela parece pesar mais ainda quando nos leva alguém que dizíamos odiar.

Não sei se é hipocrisia da minha parte, mas agora parece que nada mais disso importa. O meu orgulho, remorso e desprezo foram enterrados com ele. E agora posso enxergar o que restou..apenas boas lembranças, a tarde daquele 12 de junho em que nos conhecemos (e que mudou pra sempre a minha idéia de Dia dos Namorados), suas brincadeiras, nossas idas e vindas, seu sorriso sem vergonha, sua beleza, o tempo em que ele era só um garoto mimado, metido a revoltado, com uma vida pela frente.

Bom ou ruim, ele foi meu primeiro homem. E será sempre inesquecível. Que pena não poder voltar no tempo e desfazer as desavenças. Tentar um acordo de paz... Que pena não poder estar naquele dia em que o interfone tocou incessantemente, atender e conversar com ele. Que pena não tê-lo perdoado em vida por todo o mal que me fez, e o principal, pedir perdão por todo o mal que lhe disse e lhe desejei.

Não sei de que adianta aprender as coisas assim. Mas Deus tem uma razão pra tudo o que faz ou permite acontecer. E conhecê-lo foi uma lição que eu deveria ter aprendido a tempo. Se ele gostava ou não de mim, isso não importa mais. E aquelas lembranças que eram só nossas, passarão a ser só minhas.


segunda-feira, 25 de março de 2013

Deprê Show... pra variar

Radiohead... isso expressa perfeitamente o meu estado de espírito nesta linda tarde de segunda-feira.

Aguardando posts mais felizes, ainda que ninguém se importe... whatever..

Creep

When you were here before
Couldn't look you in the eye
You're just like an angel
Your skin makes me cry

You float like a feather
In a beautiful world
I wish I was special
You're so fucking special

But I'm a creep, I'm a weirdo
What the hell am I doing here?
I don't belong here

I don't care if it hurts
I wanna have control
I wanna a perfect body
I wanna a perfect soul

I want you to notice
When I'm not around
You're so fucking special
I wish I was special

But I'm a creep, I'm a weirdo
What the hell am I doing here?
I don't belong here.

She's running out the door
She's running out
She run, run, run, run
Run

Whatever makes you happy
Whatever you want
So very special
I wish I was special

But I'm a creep, I'm a weirdo
What the hell am I doing here?
I don't belong here

I don't belong here
 
...

quinta-feira, 21 de março de 2013

Amigos

Os últimos acontecimentos me fizeram refletir sobre o que seriam as amizades, se é que existem, de fato. Sempre disse que amigo de verdade não existe. Todo mundo vive em torno de interesses, sensações, momentos...e as pessoas são seres nos quais não se pode confiar. Eu dizia isso como uma forma de ser prudente e nunca esperar demais dos outros, mas sabia, que dentro de mim, os amigos existem, tal como o amor, incondicional e unilateral, sempre.

Não sei quantos amigos eu tenho, talvez eu tenha amigos que eu nem considere, ou que não tenha me dado conta...sei lá quantas amizades eu não correspondi, quantas vezes confundir sentimentos me fez quebrá-las!

Amizade não depende de contato físico, sorrisos, baladas e histórias pra contar. Sou amiga de poucos, independentemente de reciprocidade...eles sabem que podem contar comigo ainda que eu desapareça. Ainda que alguns problemas me tirem de órbita, ou que no meio de tantas coisas eu os esqueça.

Acabo de viver a triste experiência de confundir amizade com amor, e depois de tudo descobrir que não havia nenhum dos dois. E dessa forma descobri que as amizades existem, só que nem sempre são recíprocas...e que uma desilusão com um amigo, dói mais que perder um amor.

Nesse contexto, reconheci quantos amigos estou desperdiçando...quanta gente disposta a me dar um ombro, escutar minhas lamúrias e me oferecer prazeres, que eu nunca reconheci. Vou atrás das amizades que posso corresponder, e aquelas que não me corresponderem, continuarei de braços abertos, um ato de humildade que no momento é meu consolo.

quarta-feira, 6 de março de 2013

Top 5 CBJr.

Não dá pra imaginar Charlie Brown Jr. sem Chorão...E fica meio difícil imaginar o meu passado sem Charlie Brown Jr. Tenho que admitir, mais uma vez (do mesmo modo que na morte de Amy Winehouse) que parte da minha vida e lembranças se foram com ele.

Ultimamente a banda andava meio fraca, lançando músicas extremamente melosas e de auto-ajuda, o que reflete bem a "bad" que o Chorão estava enfrentando. E mesmo entre tanta poesia e protestos, listo apenas 5 músicas que marcaram a minha adolescência, só pra curtir as saudades:

1 - Te levar

2 - Quinta-Feira

3 - Ela vai voltar

4- Proibida pra mim

5- Como tudo deve ser
 
...
 
"Fico pensando onde está você
E se você estaria pensando em me encontrar
Como sou, onde estou e onde quero chegar
Como sou, como é que vai ser e onde vou te levar
Mas se você me ver pode acenar pra mim
Já pensou que louco te encontrar assim?
Eu vou na boa, eu vou na fé, sei que vou te encontrar
E quando eu te encontrar nós vamos comemorar"

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Frustração





 Frustração é apenas um momento que não me interessa. É perder o que nunca tive, um lamento desnecessário.

Gente grande não tem consolo. Não há explicação, culpa ou canções tristes. Não há alegria ou companhia que me baste, quando todas as histórias perdem o sentido e até mesmo os chocolates perderam o sabor.

A vida não responde. Na consciência, lições já aprendidas, perdidas por mera teimosia. 

Não há o que fazer. Eis a melhor fase da vida: Quando só nos resta ignorar, seguir em frente, tocar a banda.

Saudades de mim

Às vezes é melhor tentar viver a vida como na minha adolescência, quando tudo era tão "descomplicado"...


Nostálgica.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Uma vida. Um livro...e um mundo.



Faz parte da vida sempre enxergarmos o mundo como se fôssemos a personagem principal da história. De certo modo, somos...no mais íntimo de nossa história particular. O que será que acontece quando essa personagem subitamente se acaba? Ou quando esse mundo particular sofre um desastre inesperado? Sempre tendo a acreditar que meu fim tem que ser belo e glorioso, que meus objetivos têm que ser atingidos e coisas maravilhosas têm que me surpreender ao longo da trama, embora ela pareça ser a mais sem graça possível. Acredito que um dia essa história vai dar uma reviravolta, sem muito me importar com os figurantes.

Tenho uma opinião ambígua quanto ao autor desta história...é fácil acreditar em um script pré redigido, uma idéia que me assusta por pensar que neste caso, eu posso não vir a ter um final feliz e não há nada que eu possa fazer. Às vezes acredito que minha vida é escrita por mim, e não importa o que aconteça, vou ficar bem, muito bem, e rindo por último, de preferência.

Neste momento há várias histórias se acabando, e outras, tendo seu elenco e cenário desmoronado. Quanto a mim, espero seguir firme e forte, escrevendo um livro que nunca será lido e aprendendo todos os dias com as adversidades deste mundo complicado no qual me colocaram. Às vezes me sinto só em um lugar estranho, com pessoas diferentes, tendo que falar um idioma que desconheço. Como será estar no mundo de outra pessoa?

...

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Chuva aqui dentro

Chuva lá fora, e dentro de mim as coisas permanecem meio loucas. Busquei a paz na solidão absoluta. Noites tranquilas. Apenas o barulho da chuva, dos meus pensamentos vazios, e o calor do meu próprio corpo.

Mas o dia começa...em meio a tendência de permanecer inerte e planejar minhas férias na metade do ano e o desejo de grandes mudanças que ainda não me passam pela cabeça. E minha rotina sempre cheia de surpresas ruins com algo de bom, e coisas que pareciam boas e que agora se partem em pedaços. É tudo tão estranho quanto sonhar que tinha um dragão de Komodo no meu quintal (isso foi bizzaro!).

Não vejo a hora de sair dessa fase e ir para um próximo nível, e que nele haja um pouco de descanso e curtição...no momento não estou conseguindo raciocinar normalmente. Anos sem drogas, mas sinto que há algo delas que ficou em mim, ou quem sabe algo delas que ainda me falte. Talvez seja uma junção de abstinência de glicose + TPM que esteja me fazendo mal.

Até a próxima fase, quando tudo isso passar.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Um minuto de desespero...no meio do nada.

Tento fingir que está tudo bem mas a verdade é que estou no meio de uma crise conjugal comigo mesma. Me pergunto como é que eu me aguentei todos esses anos... É que sempre tinha uma distração, uma filosofia, uma droga. E de fato reconheço que nunca deixei de ser uma ilha deserta. Me canso de tanto olhar o espelho, de escutar meus próprios pensamentos e ver todos os dias o mesmo cenário.

Acho que estou à beira de um surto. Ainda não sei o que quero, só não quero mais estar aqui. Meu Deus, me diz o que fazer! Vou descansar, e quando despertar, talvez eu precise de companhia.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Ano novo..

Tudo novo. Até mesmo as velhas coisas se renovam... Muitos planos: somente aqueles que dependem de mim. E as velhas canções? Estas cantarei para sempre.

De volta ao lar. Nada melhor do que começar o ano de dieta. Mais atividade física e menos preocupação. Mais estudos e menos internet. Menos compras, menos stress e mais Jack Johnson.