segunda-feira, 13 de maio de 2013

A vida tem suas estações

Acho que todo mundo tem daquelas "fases" em que se costuma dizer que se está numa "maré de azar", ou talvez aqueles momentos em que "tudo vai incrivelmente bem", como quando ouvi uma amiga dizer que o ano de 2011 estava sendo maravilhoso, que todas as coisas estavam "acontecendo" na vida dela... como de fato aconteceram: ela passou num bom concurso público, se formou, entrou na pós graduação e ainda trocou de namorado. Da mesma forma já vi gente reclamando de diversas coisas ruins se sucedendo (de até pensar em suicídio), ou de uma série de perdas (como as que eu vivi entre o final de 2010 e a metade de 2011), que chegam a ser desestimulantes, ou muito estimulantes (!) para quem acredita que não há mal que dure eternamente e percebe que as perdas indicam mudanças, trocas, renovações.

Isso é só a vida seguindo seu curso, como tudo na natureza: insetos que trocam de casco, cobras que abandonam suas peles, plantas que murcham, rebrotam e florescem, vulcões que destroem tudo ao redor para produzir pedras preciosas ou simplesmente, as estações do ano.


Tudo é mudança, e nem sempre isso deixa de ser doloroso. Devemos aprender a lidar com as perdas e os ganhos, sem, simplesmente, "ficar de papo pro ar" e deixar a vida nos levar, lembrando que também somos agentes da natureza e do nosso destino.

Recentemente eu (quase) pensei em desistir de tudo, não em decorrência das perdas, mas da falta de movimento na minha vida. De tanto esperar que as penas novas surgissem ou a primavera que não chegava, pensei estar mesmo condenada ao sofrimento. O que demorou pra eu entender é que esta "mudança" nunca vem por si só.

Existem perdas que não podemos evitar, mas os ganhos, dependem de nós. E a cada vez que uma unha se quebra, um fio de cabelo é arrancado, que uma folha cai, ou que a "pele da cobra" descama, um esforço é demandado para a sua reconstrução, que pode (sim!) ser um aprimoramento, uma evolução.



E de que servem peles mortas, folhas secas, coisas que (boas ou ruins) já se foram? Elas devem ficar no chão, aguardando o momento em que a terra as transformará motivadores para as coisas novas que virão. E seja na primavera, outono ou inverno de nossas vidas, sempre há o que se fazer para que a transformação seja diária, para que as metas sejam renovadas, os medos sejam vencidos, os amores sejam mais intensos e que se tenha mais sabedoria que na estação passada, tenha ela sido de ganhos ou perdas.


E apesar das grandes bobagens que dizemos quando estamos no fundo do poço ("nunca vai dar certo", "não tem jeito", "nunca mais vou amar novamente" - essa última eu disse inúmeras vezes), o tempo é inevitável, e as transformações...são da (nossa) natureza. Cabe a nós decidir se elas serão positivas (evolução) ou se tudo vai terminar na grande atrofia mental do "não tem jeito".

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