terça-feira, 30 de setembro de 2014

Papéis, paredes, caixas e sóis


Tento conviver com esse eterno descompasso da vida, entre as coisas que me cercam e os sentidos por trás delas. Ando por aí como se usasse lentes de diferentes graus, e há momentos em que tudo isto se mistura em uma só visão. E todos os sonhos, todas as frases, todas as dores, desejos e todos esses papéis ocupassem o mesmo recinto apertado, com uma bela vista para o Sol.


O conforto das coisas agradáveis compensa a estranheza dessa visão confusa. E muitas vezes acabo por preferir a lente das coisas belas, a gratidão pelo sol, pelos sonhos e por aqueles desejos bobos que sempre escondo debaixo do travesseiro.

A cada instante me convenço de que usar a razão não corresponde ao materialismo e tampouco à seriedade, que o prazer está nas coisas mais simples, que a vida deve ser comemorada a cada respiração (seja como for), e, ainda que a realidade seja repleta de caixas e papéis, deve-se parar para contemplar os "sóis". Eles estão lá, sob o outro ângulo da mesma realidade.

Descobri que cada mero detalhe não nos cerca por acaso. Tudo o que está ao alcance de nossos olhos e de nossa mente é, de alguma forma, nosso. Observe. Aproveite. Ame. Motive-se.









P.S: Grata pelo sono que finalmente chegou. Que venham os sonhos, doces ou não... :)

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