segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Fuga


E tem momentos em que eu só penso em seguir viagem. Aproveitar os amores que encontrei pelo caminho e partir ao amanhecer, sem despedidas ou explicações. O mundo lá fora, nunca visto, parece trazer um suposto conforto, um repouso, de tudo o que parece contínuo demais. Ou talvez a dor e a saudade representem um auto flagelo viciante que me faz falta.

Busco um vôo repleto de estranhos, um apartamento vazio com uma paisagem desconhecida na janela, ou uma estrada no deserto. Vontade de me encontrar, com unica e somente eu mesma, levando todos esses amores no coração, para descobrir o que restará no fim da jornada.

Mas por que toda essa desordem quando tanta coisa parece calmamente encontrar o seu lugar? Quando a cidade já está mapeada em minha mente? E o desconhecido parece me atrair mais na estabilidade do que no desespero. E é uma tentação deixar tudo para trás, sem romper, e nutrir a falsa expectativa de que ficariam parados esperando meu retorno dessa longa viagem...interior.


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