sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Por favor, não me broche!


Não me prive da diversão de um inusitado curta-metragem a dois. Permita os gestos, falas, cenários. Que minha imaginação possa navegar em boas lembranças e doces expectativas, que não farão mal a ninguém. Não apague as luzes, não me conte o final. Toda história que me empolgue precisa de sangue nas veias, calor e respiração: humanidade.

Por favor, não me canse. Não me broche. Não deixe que os ruídos ao redor distraiam minha frágil atenção. É triste perder a festa, perder a graça, desencantar. Tenho que admitir que algo da minha infância nunca me deixou, e sou movida a fantasias, brincadeiras intermináveis. Ainda que use máscaras, não desapareça.

Me permita uma dose de igualdade, liberdade, prazer. Não me deixe faltar palavras, desejos, aromas e olhares. Pra mulher brochada não há remédios. Foi uma flor que murchou, um avião que não decolou. Se frustrou, e simplesmente foi.

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